Sugar-V: Blogue

Bem Vanessa eu concordo em grande parte com a tua visão. Graças aos blogues e aos sites de redes sociais a distância entre as pessoas ficou bem mais curta, é quase como se fosse uma segunda vaga da globalização, mas inteiramente a nível tecnológico e virtual.
Acho também muito curioso o facto de o blogue na nossa percepção ser simultaneamente um espaço público e privado, apesar de conseguirmos controlar até certo ponto o quão público queremos tornar as nossas publicações.
De um modo geral leva as pessoas não só a reflectirem sobre o que as preocupa mas também a darem-se a conhecer como aquilo que verdadeiramente são.

Reflexão acerca da Cultura Digital

A tecnologia é um elemento que já fez parte do nosso quotidiano. Não há um dia que passe que não tenhamos acesso (e façamos uso dele) a um telemóvel, computador ou televisão (entre as demais tecnologias). Esse fenómeno é tão evidente que, como já foi referido anteriormente, se transformou numa parte integrante do nosso desenvolvimento (Sayeg, 2001; Turkle, 1989).
A chamada cultura digital permitiu um crescimento pessoal diferente, uma aprendizagem diferente e até uma socialização diferente que convergem numa nova visão do mundo que é completamente inédita.
Assim sendo, o mundo que construímos online estabeleceu uma ligação recíproca com o nosso mundo offline. Não são exactamente dois mundos diferentes e separados e sim duas faces da mesma moeda.
O primeiro proporciona-nos um leque mais alargado de possibilidades de estabelecer e manter relações interpessoais, de pesquisar informações para as nossas aprendizagens, para os nossos ideais e concepções, ou seja, o mundo online ajuda-nos na construção das nossas relações e da visão que temos do mundo. É como que uma extensão do mundo offline (ou o dito mundo real) que acaba também por modelar o uso que fazemos do mundo virtual.

Apresentamos agora um pequeno vídeo referente à cultura digital




Referências Bibliográficas:

Sayeg, M. (Julho, 2001). Interação no Cyberespaço: Real ou Virtual? Revista Tesseract, 5, Disponível em http://tesseract.sites.uol.com.br/cyberspace.htm [acedido em 06/07/2011]

Turkle, S. (1989). O Segundo Eu - Os Computadores e o Espírito Humano. Editorial Presença, Lisboa.

O Blogue e o Desenvolvimento Psicossocial

Desde a proliferação da Web 2.0 e da promoção do indivíduo enquanto elemento activo na construção de informação, utilizando o computador e a internet como ferramentas comunicativas, que o recurso a sites de redes sociais e a blogues disparou.
Actualmente, as pessoas partilham uma necessidade crescente de se expressarem o que levou a edificação de sites e páginas web pessoais e à formação de blogues, funcionando estes elementos, por vezes, como um diário pessoal online.
Focando-nos neste último elemento - o blogue - podemos encará-lo como uma projecção da parte mais íntima do seu autor (Turkle, 1989), como o seu cantinho dedicado à introspecção (Sayeg, 2001).

Posto isto, podemos então olhar para o computador, e mais concretamente para o blogue, como ferramentas criativas e projectivas que permitem ao indivíduo realizar um reflexão acerca de si mesmo e de experimentar viver as diferentes facetas da sua personalidade, ou seja, com uma conotação desenvolvimental a um nível psicológico e social evidente (Turkle, 1989).
Isto é especialmente visível durante o período da adolescência, quando o jovem está em conflito como os novos papéis sociais que se espera que ele assuma e com o seu próprio desenvolvimento físico. Tal como Sherry Turkle (1989) afirma, os adolescentes "(...) integram a sua experiência com computadores na sua identidade em construção (...). Utilizam o computador tanto como médium construtivo como projectivo".
Isso é observável através de toda a personalização empregue no blogue como também pelo conteúdo que é publicado. Muitas destas publicações são os relatos das experiências subjectivas dos autores.

Este género de escrita online associada a este tipo de informação tomou proporções tais que agora fala-se de um "cultivo da subjectividade como produto" (Sayeg, 2001). Quer isto dizer que os cibernautas procuram, partilham e "alimentam-se" das vivências uns dos outros.
Esta é uma das grandes diferenças entre o antigamente e o actualmente no que se refere a este tipo de relatos pessoais - a concepção de público e privado.
Enquanto que no período da Revolução Industrial - período esse em que emergiram estas narrativas subjectivas - esta introspecção era feita em privado, sem qualquer intuito de uma comunicação pública, o mesmo não se verifica na actualidade. (Sayeg, 2001)
Hoje em dia, todo esse conjunto de reflexões são publicadas na internet onde se encontram disponíveis para que outros consultem, o que, mais uma vez, promove o "cultivo da subjectividade como produto" e torna a linha entre o público e o privado mais ténue. (Sayeg, 2001)

Em suma, podemos dizer que, contemporaneamente, o blogue pessoal constrói uma ponte enter aquilo que é domínio privado e o que é exposto publicamente ao mesmo tempo que é utilizado como ferramenta dinâmica na promoção do desenvolvimento psicossocial.





Referências Bibliográficas:

Sayeg, M. (Julho, 2001). Interação no Cyberespaço: Real ou Virtual? Revista Tesseract, 5, Disponível em http://tesseract.sites.uol.com.br/cyberspace.htm [acedido em 06/07/2011]

Turkle, S. (1989). O Segundo Eu - Os Computadores e o Espírito Humano. Editorial Presença, Lisboa.

Apresentação

Saudações a todos,

Este blogue foi criado no âmbito da Unidade Curricular de Psicologia das Tecnologias da Informação e Comunicação, integrada no curso de Psicologia.
Ao longo do semestre (e esperemos que até depois disso) servirá para afixar e partilhar, não só as várias actividades desenvolvidas no contexto de sala de aula, mas também outros conteúdos de interesse referentes às temáticas abordadas.
Espero que consigam retirar algum interesse deste espaço e sintam-se à vontade para partilhar opiniões e ideias.


As TIC na Actualidade

Hoje em dia a informação é algo escandalosamente acessível, em grande parte, graças ao desenvolvimento tecnológico a que temos assistido nestas últimas décadas.
O recurso a um servidor de pesquisa e a introdução de algumas palavras-chave abrem-nos as portas para um mundo imenso de informação que pode ser explorada, partilhada, discutida e modificada, tudo isto à distância de uns cliques.
Esta foi uma grande alteração visto que, até à bem pouco tempo, a transmissão de informação através da Web era unidireccional, sendo que nós, utilizadores, éramos essencialmente “consumidores”. Isto não mais se verifica. Com o aparecimento de novas ferramentas adquirimos também o estatuto de “produtores”. Graças aos blogues, redes sociais, Youtube, entre outros, foi-nos possível criar toda uma realidade paralela. Surge então o conceito de “Prosumers” (Producers + Consumers).

No entanto, esta “massividade” de informação e o seu fácil acesso, acabaram por provocar grandes mudanças sociais nos seus mais diversos níveis, nomeadamente a educação e aprendizagem e a socialização. Ainda que estas não sejam as únicas áreas afectadas, são aquelas que eu decidi realçar.
Começando pela educação e aprendizagem podemos dizer que o como e onde se aprende e quem é responsável por essa aprendizagem deixaram de corresponder aos padrões tradicionais.
Actualmente, as escolas e professores perderam muita da sua conceituação, porque deixaram de poder reivindicar apenas para si próprios a tarefa de ensinar e o “poder do conhecimento”.
Este foi reivindicado pela Web e os seus “Prosumers”, passando então a existir aquilo a que podemos chamar a opção “self service”, ou seja, sermos nós próprios a decidir que tipo de informação queremos obter, procurando-a nós próprios, recorrendo ao maravilhoso mundo da Internet, ficando ao nosso total critério o “quê”, “como”, “onde” e “quando”.

Ainda dentro da educação outra das transformações que se verificam é que é cada vez menos frequente o recurso a livros “de carne e osso” ou, passo a expressão, “de papel e tinta”. Mais uma vez o virtual assumiu uma posição e em vez de livros temos os ditos “e-books”.
Mas a questão vai além disto. O mundo cibernético permite agora que a informação seja disponibilizada e transmitida nos mais diferentes formatos. Documentos escritos (Word e Pdf), imagens (Jpeg e Bmp), vídeos e áudio (Mp3, Wma, Wmv, Avi), entre muitos outros, fazem as maravilhas da comunicação, transformando assim a internet num mercado em que tudo é literalmente à vontade do freguês, e onde tudo é publicado de toda a maneira e feitio.

Isto acabou por se reflectir igualmente no nosso modo de socialização.
Em relação a este tópico os sites de redes sociais foram os grandes impulsionadores para a mudança.
As redes sociais instigaram ao aparecimento de comunidades online, sendo possível conhecer e manter o contacto com pessoas que se encontram do outro lado do globo. Se antes a globalização era uma realidade, hoje é quase um modo de vida.
Por outro lado, a internet enquanto novo meio de socialização abriu novas oportunidades ao mundo laboral. O marketing e a publicidade ganharam um instrumento poderoso para espalharem a sua influência, a expansão de um negócio em rede é uma mais-valia actualmente, sendo possível inclusive trabalhar a partir de casa. Leccionar e gerir um curso online é algo que vai ganhando cada vez mais adeptos, ainda que seja uma prática emergente. Mais uma vez a questão da globalização é aqui referida e utilizada.
Porém, e apesar de todas as possibilidades que se abrem no sentido da inovação, abrem-se igualmente portas a um novo lote de riscos. Aquele que se encontra na dianteira refere-se à questão da identidade.
A socialização online permitiu que, cada um de nós, possa adoptar as identidades que quisermos durante a interacção com os cibernautas que vamos conhecendo. Isto fez com que pedófilos e predadores sociais se transformassem em lobos com peles de cordeiro, encobrindo o perigo com a grossa cortina que é a Internet.
Para além deste, existem ainda outros problemas decorrentes das transformações que têm abrangido a Web, como é o caso do plágio e dos direitos de autor.
Isto de um modo geral leva à necessidade de aplicação e execução de “boas práticas” de utilização da informação (e não só) da Internet.


Boas práticas de utilização da Internet:

 Nunca divulgues as tuas passwords;
 Quando estiveres numa sala de chat desconfia sempre de quem está do outro lado e não acredites em tudo o que te dizem;
 Não dês o teu endereço, número de telefone ou outro tipo de dados pessoais;
 Nunca aceites propostas de encontro com amizades virtuais sem informares os teus pais, ou no caso de já se ser adulto procura marcar os encontros em sítios públicos e movimentados.
 Procura ter um bom anti-virus e uma firewall e mantém-los actualizados.
 Se alguma foto te perturba sai do site e/ou reporta como abuso.
 Se publicares ideias retiradas de livros ou de outros sites, refere a sua origem.
 Denuncia as más utilizações da internet por parte de outros cibernautas (cyberbullying, aliciamento sexual infantil).

Estes são apenas alguns exemplos de boas práticas que se podem realizar para uma melhor e mais segura utilização da Internet.


Referências Bibliográficas:


Ambrose, A. (2009). “ My 21st Cetury Vision for Motivation and Learning” from http://www.youtube.com/watch?v=qw77A9QselE

Comissão dos Crimes de Alta Tecnologia da Seccional Paulista da Ordem dos Advogados do Brasil e Universidade Presbiteriana Mackenzie (2010). “Recomendações e Boas Práticas para o Uso Seguro da Internet para toda a Família”. 1º Edição from http://www.jornaljovem.com.br/edicao21/documents/19_cartilha_OABMackJJ_UsoSeguroInternetFamilia_000.pdf

Comunidade Urbana da Lezíria do Tejo (2004) from http://www.cimlt.eu/NR/rdonlyres/127F3CE5-39B3-4A5E-AD65-52EA31844FB7/0/ManualBoasPraticasCULT.pdf